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sexta-feira, 31 de agosto de 2012


Moringa oleifera: que planta é essa, que tudo dá?

Moringa oleifera (Família Moringaceae) / Fonte: natureasmedicine.wordpress.com

Moringa oleifera (Família Moringaceae) / sementes.

Moringa oleifera (Família Moringaceae) / floração.

As imagens da seca no nordeste estão sempre muito presentes nos noticiários. Entretanto, o uso de plantas que podem melhorar a qualidade de vida das populações que vivem nestas regiões não costuma ser notícia. Uma destas plantas, que já é utilizada no Brasil desde a década de 1960, é a Moringa oleifera, originária do norte da Índia. Hoje em dia o seu cultivo já se estende pela Ásia, África e Américas Central e do Sul. Por ser uma planta de fácil adaptação precisa de muito pouca água para se desenvolver, sendo também um plantio ideal no semi-árido brasileiro.
A Moringa é uma planta de múltiplos usos desde de suas folhas até as suas sementes, apresentando diferentes propriedades. As folhas de Moringa são fonte de uma alimentação rica em proteínas tanto para humanos quanto para animais. A tabela abaixo mostra a porcentagem de nutrientes diárias necessárias para uma mãe que esteja amamentando e para uma criança que tenha entre 1 e 3 anos, que são supridas ao adicionar-se três colheres de folha de moringa em pó na alimentação normal:
§  Proteínas - 42% - 21%
§  Cálcio - 125% - 84%
§  Magnésio - 61% - 54%
§  Potássio - 41% - 22%
§  Ferro - 71% - 94%
§  Vitamina A - 272% - 143%
§  Vitamina C - 225% - 9%

Assim, Moringa oleifera vem sendo utilizada como um importante complemento alimentar, como ocorre no nordeste brasileiro. Outra aplicabilidade da Moringa é a extração de óleo proveniente de suas sementes. Este pode ser utilizado tanto para cozinhar quanto para produzir sabão. O óleo obtido representa cerca de 40% do peso total de uma semente da árvore.

Purificação da Água
No entanto, a principal propriedade da Moringa tem sido a capacidade de suas sementes de atuar como um coagulante da água para a remoção de partículas, fungos e microrganismos patogênicos e cianobactérias. Estas sementes, após serem trituradas e adicionadas à água, se juntam as bactérias e criam partículas maiores. Estas decantam no fundo do recipiente onde está armazenada a água, sendo facilmente retiradas posteriormente. O processo consegue retirar entre 90 e 99,9% das bactérias, mas é aconselhado um procedimento complementar para o seu uso potável, como a fervura da água.
Este método de purificação da água já foi utilizado em países como o Malawi, inclusive em tratamento de água em grande escala, e os principais estudos a esse respeito são do Enviromental Engineering Group (Grupo de Engenharia Ambiental), da Universidade de Leicester, no Reino Unido.

Como purificar a água com sementes de Moringa oleifera?*
Para tratar 20 litros de água (quantidade equivalente a um balde grande) são necessárias cerca de 2 gramas de sementes de Moringa oleifera trituradas (duas colheres de chá rasas de 5 ml ou duas tampinhas de refrigerante cheias). Adicione uma pequena quantidade de água limpa às sementes trituradas para formar uma pasta. Coloque a pasta dentro de uma garrafa vazia – uma garrafa de refrigerante é ideal. Adicione uma xícara (200 ml) de água limpa e agite por 5 minutos. Esta ação ativa as substâncias químicas nas sementes trituradas.
Filtre a solução com um pano branco de algodão colocando-a dentro de um balde de 20 litros com a água do rio. O conteúdo deve então ser misturado rapidamente por 2 minutos e depois misturado vagarosamente por 10–15 minutos. Durante este período por se estar misturando o conteúdo lentamente, as partículas das sementes da moringa se agregam com o material particulado e formam partículas maiores, as quais decantam no fundo do balde e lá permanecem. Após uma hora, a água limpa pode ser retirada.

*Esta explicação de como purificar a água se utilizando das sementes da Moringa oleifera foi retirada do manual elaborado por Geoff Folkard e John Sutherland, da TFLZ (Tearfund International Learning Zone).
Agradecimento especial à Professora Ana Cláudia Pimentel, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ.

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