FALTA DE CONHECIMENTO OU IGNORÂNCIA?
Apesar de
existirem muitos estudos sobre a conservação dos solos, adoção de práticas
ecológicas para redução de enchentes e preservação dos recursos hídricos, muitas
pessoas, órgãos públicos e privados ainda não fazem uso dessas práticas, que
embora pareçam simples fazem uma diferença e tanto, principalmente nos centros
urbanos.
Tomemos
como exemplo a serrapilheira, que nada
mais é que uma camada
formada pela deposição e acúmulo de matéria orgânica morta em diferentes
estágios de decomposição que reveste superficialmente o solo. É a principal via de retorno de nutrientes ao solo.
A serrapilheira é de fundamental importância para a
conservação dos solos e da água, pois ela protege os solos contra a
erosão, formando uma capa protetora, ou seja, quando a chuva cai sobre o solo,
ela é absorvida lentamente pela serrapilheira, esta água absorvida é de
fundamental importância para o abastecimento dos reservatórios naturais de água
subterrânea, conhecidos como aqüíferos e dos lençóis freáticos, o que não é
absorvido, tem sua velocidade de escoamento reduzida, pois as folhas e detritos
de matéria orgânica servem de obstáculo, já em solos nus, ou melhor, sem
cobertura orgânica, a água ganha velocidade e força, carreando as partículas
dos solos, causando erosão, entupimento dos sistemas de drenagens urbanas, tais
como galerias de águas pluviais e bocas de lobo, além de causarem assoreamento
dos córregos, lagos e rios. Não bastasse a degradação dos solos e danos aos
sistemas de drenagens urbanas, agrava também os problemas referentes às
enchentes.
A remoção da serrapilheira nos parques
urbanos, deixando os solos expostos é uma prática inaceitável do ponto de vista
ambiental, no entanto, está prática ainda está sendo muito utilizada pelos
órgãos públicos. Temos como exemplo dessa prática inadequada, a manutenção do “Bosque
do Compromisso”, realizada pela Prefeitura Municipal de Mogi Mirim, entre os
dias 10 e 11 de agosto, que estão removendo a serrapilheira do local, que além
de causar impactos negativos ao solo, plantas e outros organismos vivos do
local, geram aumento do volume de água pluvial com presença de sedimentos nos
sistemas de drenagem urbana.
Agora vai uma pergunta: “De que vale adotar leis que obriguem a execução de áreas permeáveis
nos lotes urbanos, se o próprio setor público utiliza práticas rudimentares e
ultrapassadas, que causam impactos bem maiores no que diz respeito à drenagem
urbana e enchentes?”
Segue abaixo fotos do local.
Condições inadequadas:
Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.
Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.
Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.
Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.
Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.
Solo exposto.
Solo exposto.
Solo exposto.
Solo exposto.
Solo exposto, facilitando o risco de erosão.
Condições adequadas:
Solo protegido por camada de serrapilheira.
Solo com presença de matéria orgânica .
Surgimento de orquídea da espécie Oeceoclades maculata,
devido à presença de matéria orgânica no solo (bioindicador).
"Não culpo os funcionários que executam os serviços,
e sim os seus dirigentes por falta de conhecimento ou capacidade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário