Bosque do Compromisso, Pq do Estado II, Mogi Mirim - SP, Brasil.

domingo, 12 de agosto de 2012


FALTA DE CONHECIMENTO OU IGNORÂNCIA?

          Apesar de existirem muitos estudos sobre a conservação dos solos, adoção de práticas ecológicas para redução de enchentes e preservação dos recursos hídricos, muitas pessoas, órgãos públicos e privados ainda não fazem uso dessas práticas, que embora pareçam simples fazem uma diferença e tanto, principalmente nos centros urbanos.

         Tomemos como exemplo a serrapilheira, que nada mais é que uma camada formada pela deposição e acúmulo de matéria orgânica morta em diferentes estágios de decomposição que reveste superficialmente o solo. É a principal via de retorno de nutrientes ao solo.

          A serrapilheira é de fundamental importância para a conservação dos solos e da água, pois ela protege os solos contra a erosão, formando uma capa protetora, ou seja, quando a chuva cai sobre o solo, ela é absorvida lentamente pela serrapilheira, esta água absorvida é de fundamental importância para o abastecimento dos reservatórios naturais de água subterrânea, conhecidos como aqüíferos e dos lençóis freáticos, o que não é absorvido, tem sua velocidade de escoamento reduzida, pois as folhas e detritos de matéria orgânica servem de obstáculo, já em solos nus, ou melhor, sem cobertura orgânica, a água ganha velocidade e força, carreando as partículas dos solos, causando erosão, entupimento dos sistemas de drenagens urbanas, tais como galerias de águas pluviais e bocas de lobo, além de causarem assoreamento dos córregos, lagos e rios. Não bastasse a degradação dos solos e danos aos sistemas de drenagens urbanas, agrava também os problemas referentes às enchentes.

           A remoção da serrapilheira nos parques urbanos, deixando os solos expostos é uma prática inaceitável do ponto de vista ambiental, no entanto, está prática ainda está sendo muito utilizada pelos órgãos públicos. Temos como exemplo dessa prática inadequada, a manutenção do “Bosque do Compromisso”, realizada pela Prefeitura Municipal de Mogi Mirim, entre os dias 10 e 11 de agosto, que estão removendo a serrapilheira do local, que além de causar impactos negativos ao solo, plantas e outros organismos vivos do local, geram aumento do volume de água pluvial com presença de sedimentos nos sistemas de drenagem urbana.

           Agora vai uma pergunta: “De que vale adotar leis que obriguem a execução de áreas permeáveis nos lotes urbanos, se o próprio setor público utiliza práticas rudimentares e ultrapassadas, que causam impactos bem maiores no que diz respeito à drenagem urbana e enchentes?”

Segue abaixo fotos do local.


Condições inadequadas:

Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.

Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.

Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.

Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.

Amontoado de serrapilheira aguardando descarte.

Solo exposto.

Solo exposto.

Solo exposto.

Solo exposto.

Solo exposto, facilitando o risco de erosão.


Condições adequadas:

Solo protegido por camada de serrapilheira.

Solo com presença de matéria orgânica .

Surgimento de orquídea da espécie Oeceoclades maculata,
devido à presença de matéria orgânica no solo (bioindicador).

"Não culpo os funcionários que executam os serviços, 
e sim os seus dirigentes por falta de conhecimento ou capacidade."






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